domingo, 18 de março de 2012

Montanha: Meu segundo nascimento 2

 

Depois de vizitar Mucurici, com sua bela praça,

 

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e Ponto Belo, com suas construções típicas de uma época em que as janelas e pórtas ficavam bem na calçada.

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Uma imagem curiosa é formada pela poda das árvores às margens da rodovia feita por caminhões:

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Agora rumo a Montanha! O nome da cidade encaixa-se bem na geografia da região. O norte do Espírito Santo é formado por uma grande planície litorânea que se estende pelo interior e, ao contrário da região centro-sul, não encontramos serras e sim morros ou montanhas como estas:

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Mas, por que considero a cidade de Montanha como meu segundo nascimento?

Na postagem anterior falei como a minha família diexou São Paulo e veio para nas terras capixabas. Na época eu tinha apenas seis anos de idade. Portanto, posso me considerar um paulista que foi formado como capixaba, adotei esta terra como minha.

Foi em Montanha que pela primeira vez me sentir de fato criaça: pegar fruta nas fazendas próximas da cidade; ajudar a fazer farinha; comprar leite cedinho no curral quente ainda da ordenha; bater o leite na garrafa para fazer manteiga; comer a massa do leite qualhado que o caminhão do laticínio não levava; montar a cavalo; ver boiadas passando pela cidade; fogueira no quintal; batata doce cozida na brasa; um quintal enorme com muitas frutas e bichos; água de poço. Enfim, um mundo novo abria-se na minha frente.

Mas, o que mais me alegrava era o rio que é chamado de Lagedo. Quando morávamos lá, o rio era caudaloso. Meu pai colocava a frente do caminhão dentro do rio para lavá-lo e, enquanto isso, pulávamos do capô na água. Do outro lado da ponte, a diversão era escorregar sobre a pedra e entrar em um dos buracos, tomando cuidado para não ser levado até a cachoeira logo na frente. Não teria coragem de fazer isso hoje!

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Fique bastante contente em reencontrar o rio, meu amigo de tão boas lembranças. Mas também não pude deixar de sentir uma imensa tristeza por vê-lo assim, tão assoreado, estreito, fraco. Mesmo assim ainda me emociona!

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Pena que a casa que morávamos já não existe mais. Atualmente é uma loja de material de construção. De qualquer forma, dá para se ter uma ideia pela casa vizinha, a bege, que é bem parecida com a nossa.

Na foto abaixo, essa porta de madeira na esquina pertencia ao “seu” Santiago, que vendia basicamente bananas. Incrível é que o imóvel está exatamente como há 40 anos!!!

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Aqui eu nasci capixaba. Tenho muito orgulho disso.

terça-feira, 13 de março de 2012

Montanha: Meu segundo nascimento

 

Nasci pela primeira vez na cidade de São Paulo, SP, e aos seis anos de idade minha família mudou-se para o Espírito Santo em uma circunstância bastante tumultuada envolvendo meu pai, um pernambucano que cedo caiu no mundo e por isso mesmo não se prendia e minha avó, uma sogra daquelas. Resultado: mulher, filhos, um cachorro e um gato junto com a mudança em um caminhão que foi o resultado de uma negociação maluca que iniciou no balcão do bar que possuíamos e em um mês estávamos na estrada.

Ninguém fazia a menor ideia para onde estávamos indo. Não se sabia nada sobre o espírito Santo e, muito menos ainda, sobre a cidade de Montanha.

Foram três dias de viagem. Minha mãe, meu pai, eu, caçula, minha irmã e meus dois irmãos dentro de uma boleia de caminhão F600 toco. Naquela época a BR 101  estava sendo construida no ES e, por isso, orientaram que a melhor opção seria seguir pela BR 116 (Rio X Bahia) até a cidade de Teófilo Otoni (MG) e a partir daí, ir para Nanuque e Montanha.

Dias atrás, viajando pelo extremo norte do estado, resolvi visitar a minha primeira cidade no Espírito Santo. Na verdade eu passei por uma estrada que liga Belo Cruzeiro, distrito de Mucurí (BA) à Nanuque. Abaixo, as fotos da tríplice franteira entre (ES, BA e MG) que fica nessa grota mesmo, e de um portal natural de Nanuque:

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E finalmente voltaria a passar por aquela estrada de quando tinha apenas seis anos.

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Claro que na primeira vez que passei não havia nem sonho de asfalto. Era estrada de roça. Pontes de madeira e mal feitas, buracos e poeira, muita poeira. Só não lembrava que a paisagem era tão linda!

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Este trecho da estrada faz parte do município de Mucurici que é colado ao minicípio de Ponto Belo, que estarão no prosseguimento da viagem.